Descrição
Bilha de Segredo
É das peças mais emblemáticas a “Bilha do Segredo”, famosa devido ao segredo que lhe dá o nome. Este segredo permite beber água por esta bilha sem a verter. Para revelar apenas parte do segredo, chama-se a atenção para o facto de existir um pequeno orifício na asa que se deve tapar quando se tentar descobrir este famoso segredo.
Barro Negro de Molelos
Arte representativa da Freguesia, os Barros Negros de Molelos marcam presença pela inovação e perfeição no acabamento.
A totalidade negra, característica da sua cozedura, aliada a padrões estéticos inovadores e criativos, fazem desta arte a principal promoção turística e cultural do Concelho de Tondela.
Molelos, freguesia do Concelho de Tondela, é desde épocas remotas, um importante centro produtor de artefactos de barro negro. As argilas de excelente plasticidade de Molelos (Carvalheira) e de Casal do Rei (freguesia de Canas de Santa Maria) levaram ao desenvolvimento de um tradicional artesanato rural, que se tornou uma notável escola para muitas gerações. Desde o século XVI que se compravam nos documentos a existência de oleiros na freguesia, assim como referência à produção de “telha ou tijolo e outra obra e louça de barro”
Com o passar dos séculos revelou-se uma indústria caseira muito profícua, quer na produção e número de artesãos. Presentemente tem resistido com tenacidade à modernidade da vida quotidiana, aliando tradição e modernidade.
As produções de barro de Molelos não vivem só por si, mas também pelo contexto de onde provêm e pela função que possam ter desempenhado. O barro negro de Molelos consagrou-se através da sua função utilitária no quotidiano das populações. Utilizadas para conservar cereais, azeite, para levar ao fogo e cozinhar alimentos, para armazenar líquidos como água e vinho, ou ainda serem servidas à mesa, a louça preta manteve, ao longo dos tempos, o seu papel imprescindível no dia a dia das populações.
Tradicionalmente a loiça era cozida em SOENGA, processo de cozer cerâmica numa cova, pouco profunda, cavada no solo. Em Molelos, a cozedura de tipo redutor (através da obstrução completa de oxigénio do “forno em fim de cozedura) origina uma loiça completamente negra e parcialmente impermeabilizada.
Esta arte tradicional ganhou novos contornos com o surgimento de jovens oleiros, criativos, determinados em contribuir para não deixar morrer a arte, procurando novas abordagens sofisticação de padrões estéticos, estilização de tipologias, com novos usos e produção diversificada.